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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Disco reúne 20 músicas da estelar parceria entre Tom Jobim e Frank Sinatra...


No United Western Recorders Studio One, Califórnia, Tom Jobim se inclina para o microfone. Canta mexendo a mandíbula com precisão, movendo os lábios como quem assina cheque de mais de US$ 1000. No centro de tudo, Frank Sinatra brinca: “Não canto tão suave desde que tive laringite”.

Em 1967 e em 1969, Francis Albert Sinatra e Antonio Carlos Jobim se encontraram para gravar juntos. A primeira gravação (dez músicas, sete de Tom, arranjos de Ogerman) foi lançada com toda a pompa e sucesso, orgulhosamente estampando o nome composto de ambos na capa.

A segunda (mais dez músicas, todas de Tom, arranjos de Eumir Deodato) foi planejada como continuação, mas o disco foi abortado, com apenas sete faixas lançadas em “Sinatra & Company’’. Agora, todas as 20 faixas da estelar parceria saem pela primeira vez compiladas em um CD, “Sinatra/Jobim: The Complete Reprise Recordings’’, edição brasileira programada para junho.

Além de faixas remasterizadas e raras imagens, o CD traz versão ampliada do texto de contracapa do primeiro álbum, de onde saíram todas as descrições dos primeiros parágrafos.


Criando padrões

Sinatra com 50 anos. Tom, 40. A bossa nova era um fenômeno pop desde pelo menos 1964, quando “Girl from Ipanema” estourou. E Frank Sinatra vinha do pop de “Strangers in the Night”, de 1966. O encontro de Sinatra e Jobim foi uma apresentação da bossa nova em versão de gala, criando o padrão para tantos songbooks dedicados a Tom nos Estados Unidos.

Algo careta, certamente. Ruim, longe disso. As canções são de Tom Jobim; a voz é de Frank Sinatra. Ele canta sem esforço, colocando a voz com autoridade sobre os sons que Tom imaginava quando assumia a influência de George Gershwin. Se, apesar de tão bonito, hoje soa pouco novo, é porque criou os padrões. Da música brasileira, da americana e do encontro de ambas. (Folhapress)

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