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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Samba mais lindo do Mundo....

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Era verão de 1972 e Tom Jobim trabalhava em “Matita Perê”. Estava no Poço Fundo, um sítio que tinha no interior do Rio, ou melhor estava no Baraco 2, habitação provisória enquanto a casa definitiva estava sendo construída no alto do morro. Ao fim de um dia de trabalho, uma idéia nova lhe veio à cabeça, melodia e palavras. Ele começou a cantarolar “É Pau, é pedra...”.

Usando um papel de embrulhar pão, Tom foi escrevendo, de embolada, versos e mais versos. Largou então “Matita Perê”, até acabar a nova música. “Águas de Março” seria gravada por ele ainda nesse ano.

Sabendo das circustancias em que foi escrito não surpreende o número de referencias pontuais: o projeto da casa, a viga, o vão, a lenha, o tijolo chegando, para não falar no corpo na cama e na promessa de vida no teu coração.

A Inspiração súbita e certeira do compositor serve ainda de exemplo do lema “Nada vem do Nada”. Para ninguém, nem mesmo para Tom Jobim. Duas fontes são razoavelmente conhecidas. A primeira é o poema “O caçador de esmeraldas”, do mestre parnasiano Olavo Bilac: “Foi em março, ao findar da chuva, quase à entrada do outono, quando a terra em sede requeimada bebera longamente as águas da estação...”. E a outra é um ponto de macumba, gravado com sucesso por J.B. de Carvalho Tupi: É pau, é pedra, é seixo miúdo, roda a baiana por cima de tudo”. Só mesmo tom para combinar Olavo Bilac e Macumba e transformar isso no samba mais lindo do mundo, assim definido por Chico Buarque.

Essa postagem é uma homenagem ao sítio de Poço fundo aonde Tom criou essa e outras tantas músicas. Sítio que foi destruido pelas chuvas nesse janeiro de 2011. 

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