Partem daqui as questões que conduzem o músico e pesquisador André Rocha em Alegria Selvagem, estudo mateiro sobre a poética de Tom Jobim. Se na canção popular estão unidas indissociavelmente as palavras e as notas musicais, não seriam as melodias e harmonias do maestro as únicas vias de compreensão do seu gesto criador. É preciso entender as letras que concebeu. E mais: se a poesia Jobianiana é tão importante quanto os elementos propriamente musicais, por que não lê-la como as obras dos grandes poetas, em diálogo com a tradição literária do Ocidente, em geral, e de sua formação pessoal, em particular?
Alegria Selvagem se embrenha nessa trilha. É um caminho de mato fechado, praticamente ignorado pela atual pesquisa em canção popular. Está cheio, porém, de pássaros coloridos, árvores frondosas, regatos límpidos e praias desertas que esperam por nós, todos nós.
por: André Domingues.
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