Pesquisar este blog

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Hítorias de canções Chico Buarque... Dura na queda...

Dura na queda (Ela destinou II )

Perdida na avenida
Canta seu enredo. Fora do carnaval
Perdeu a saia. Perdeu o emprego
Desfila natural

Esquinas,mil buzinas
Imagina orquestras
Samba no chafariz
Viva a folia. A dor não presta
Felicidade, sim

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela, o sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

Bambeia, cambaleia
É dura na queda
Custa a cair em si
Largou família. Bebeu veneno
E vai morrer de rir

Vagueia, devaneia
Já apanhou à beça
Mas para quem sabe olhar
A flor também é ferida aberta
E não se vê chorar

O Subtítulo é uma referencia à temática do desvario pós-carnaval, também presente em “Ela desatinou” (1968). Chico não sabe explicar os motivos pelos quais ela deixou, na última hora, de fazer parte do álbum “As Cidades”. Parece até que o destino reserva a canção para uma intérprete digna de seu nome. Era Elza Soares, que sempre o saudava cantando “Elza desatinou”.

Uma produtora pediu a Chico uma composição para o musical sobre a vida da cantora dura na queda. Pra dizer o mínimo, foi mãe aos 12 anos, viúva aos 18, sofreu o diabo quando se tornou mulher de Mané Garrincha, o grande ídolo das seleções de futebol de 1958 e 1962. Deu a volta por cima e continua na ribalta. Mas o destino foi ainda mais caprichoso nesse episódio: Elza acabava de se recuperar de um tombo que levara em 1999 e estava voltando aos palcos com 65 anos de idade. A canção fez parte do disco cujo nome se refere ao acidente que ela sofrera: “Do Cóccix até o pescoço” (2002). Em 2006 Chico a incluiria no CD Carioca.

Nenhum comentário: